1ª aula
27/03/2012 15:07AULA 01
Fundamentos da Teologia:
Estudo sobre Deus e suas criaturas ou tudo o que está relacionado com Ele.
Objeto: Deus na economia da salvação.
Elementos articuladores: a fé em primeiro lugar.
A Bíblia é o primeiro testemunho a ser ouvido.
A razão deve estar a serviço da compreensão do dado revelado.
A prática é uma fonte de teologia, assim como uma de suas finalidades.
A linguagem da teologia é a da analogia, pois só ela se adequa ao Mistério.
O Magistério é critério de autenticidade.
Ouvir os testemunhos da fé é Esclarecer e aprofundar seu conteúdo interno.
Confrontá-los com a vida concreta.
Três vias para aprender:
Estudar e assimilar
Imitar
Exercer
O mais importante é o método:
As técnicas, referentes aos recursos da teologia e ao modo de seu uso,
O método propriamente dito, relativo ás etapas do procedimento teológico.
A epistemologia, ou seja, a reflexão crítica das bases do método teológico.
O espírito teológico, que é o que anima profundidade o interesse por conhecer os mistérios divinos.
O nascimento da teologia:
A teologia nasce do coração da própria fé: “a fé é que ama saber” é Igualmente o amor que nasce da fé, deseja saber as razíes porque ama. Tal é a dupla fonte objetiva da teologia.
Quanto á fonte subjetiva da teologia, o próprio espírito humano que deseja naturalmente conhecer, e disso não estáo excluídas as coisas da fé.
Toda pessoa de fé, na medida em que procura entender o porque daquilo que cre, é, a seu modo e sua medida, “teóloga”.
Em sua raiz mais profunda, a teologia nasce da fé, entendida em sua unidade como novo nascimento, mais simplesmente como conversão é Só um ser profundamente transformado pode verdadeiramente ter acesso aos mistérios divinos.
A fé é uma realidade unitária, mas também complexa. E é segundo essa
complexidade que a fé fonte, objeto e fim da teologia. De fato a fé compreende:
1. Um elemento cognitivo: a fé palavra.
2. Um elemento afetivo: a fé é experência.
3. Um elemento ativo: a fé é prática.
Hà uma relação íntima, orgânica entre fé e teologia. Esta é a fé em estado de ciência.
A fé vem sempre antes da teologia e tem o primado absoluto sobre ela, como mostra toda a tradição teológica, na linha do “crer para entender” de Agostinho e que Anselmo retomou em seu “creio para entender”.
O que estuda a teologia e em que perspectiva:
1. Como toda ciência, é preciso distinguir na Teologia o objeto material - o que se estuda; e o objeto formal – o aspecto sob o qual se estuda algo. Ao objeto formal corresponde no sujeito episê.mico a perspectiva, como o lado subjetivo ao objeto.
Ora, o objeto determina o método.
2. O objeto material da teologia é, em primeiro lugar, Deus e depois tudo o mais.
Portanto, nada há que não seja em princípio teologizável. Na prática, porém, faz-se teologia segundo certa medida.
3. O objeto formal da teologia é Deus enquanto revelado e também toda e qualquer realidade na medida em que se relaciona com o Deus revelado. Tal é o aspecto determinante em teologia, que dá qualidade teológica ao seu discurso. Portanto, fazse teologia sempre que se reflete algo “a luz da fé” ou da Revelação.
4. È perfeitamente legítimo fazer teologia do processo de libertação, como, aliás, de qualquer outra coisa, desde que se analise o tema em foco sob o prisma crítico da fé.
Dizer, pois, que a teologia só se ocupa com Deus, para excluir qualquer outro assunto, é ignorar este princípio elementar: O que faz uma ciência não é o seu assunto (objeto material), mas o modo como esse assunto é tratado (objeto formal).
5. Na medida em que a perspectiva própria da teologia é constituída pela “luz da fé”, ela tem como pressuposto a iluminação própria da fé e sua iniciação. Em virtude de tal iniciação, o teólogo é iluminado pelo Espírito e feito capaz de ver tudo banhado na luz divina.
6. No cenêrio teológico hoje se afirmam “novos enfoques”: da libertação, feminista, étnico, inter-religioso e ecológico. Não constituem apenas novos temas (embora sejam isso também), mas mais ainda novas perspectivas, que investem o conjunto da teologia. Cada um desses enfoques possui sua metodologia propria, determinada sempre pelo seu objeto específico.
7. Esses “novos enfoques” se articulam com o enfoque teológico básico como “enfoques segundos” em relação ao “enfoque primeiro”. Portanto, eles encontram seu fundamento íltimo e sua justificação radical somente quando se acrescentam é perspectiva própria da teologia – é luz da fé – e operam no vigor da mesma. Essa perspectiva constitui o enfoque originário, perene e insubstituível de todo e qualquer discurso que se quer teológico.
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