Festas Juninas: Celebração, Comunhão e Missão

29/05/2013 08:40

 

      

 

O mês de junho é tradicionalmente marcado pelas festas juninas, assim chamadas porque acon­tecem no mês de junho ou porque tem sua origem nas festividades dos países católicos europeus que homenajeavam a São João Batista, daí o nome “joanina”. Desde a sua origem, portanto, mesclam­-se nestas festas elementos religiosos e culturais. Elas são, por isso mesmo, um bom exemplo de inculturação da religiosidade.

Um primeiro elemento a ser valoriza­do nestas festas é o próprio fato da festa. Celebrar a vida, festejar alegremente, é um dos elementos fundamentais que caracteriza o ser humano. Através da festa recheamos a vida de sentido e reabastecemos nossas energias. No caso das festas juninas, são muitos os elementos que dão alegria à nossa vida: as danças, especialmente a quadrilha, de origem francesa nos seus passos marcados típicos das danças nobres, mas logo popularizada e tornada caipira em sua vertente brasileira; as comidas típicas, especialmente as oriundas do milho, produto da estação (pipoca, milho cozido, curau, broa de fubá...); a fogueira, elemento agregador em vista do frio que é próprio desta época (em volta dela acontecem as quadrilhas e o casamento caipira, que lembra Santo Antônio, o “santo casamenteiro”).

Um segundo elemento, que é uma espécie de conseqüência do anterior, é a comunhão que se gera e que se celebra. Festejamos juntos porque algum laço de fraternidade nos liga às outras pessoas presentes na festa, e ao mesmo tempo a própria festa alimenta estes laços. A festa celebra e cria comunhão. Este sentido de festa da comunidade, das famílias, é um elemento que a equipe de festa da paróquia quer acentuar na nossa festa junina deste ano. Através dela, não queremos apenas arrecadar dinheiro para fazer frente aos muitos gastos da paróquia, mas também reforçar nossos laços de fraternidade.

O terceiro elemento que caracteriza as festas juninas é a capacidade de inculturar a mensagem do Evangelho, a procura de tradução da mensagem evangélica nos elementos próprios de uma cultura. Algo que no passado a Igreja soube fazer com maestria e que hoje encontra dificuldades para efeti­var, talvez por causa da complexidade de nossa cultura atual. Inculturar o Evangelho supõe, em primeiro lugar, uma atitude de abertura e de escuta. Supõe não ter preconceitos e atitudes moralizantes que condenem de antemão as expressões culturais. Supõe tentar entender o que elas estão a nos dizer em cada momento: porque elas estão aí, a que anseios e perguntas respondem, etc. Essa atitude pode suscitar em nós respostas novas, que estejam mais em diálogo e relação com a cultura, e não em confronto com ela. Temos que aprender a “abrir portas”, em vez de fechá-las. E construir juntos nossas respostas, com alto nível de participação, de forma horizontal e não com respostas prontas que venham de cima. São observações que reconheço serem bastante teóricas, mas que podem nortear uma busca concreta de inculturação da mensagem evangélica.

Um último apelo a nossos queridos paroquianos: A preparação da Pré­-Jornada da Juventude, que acontecerá de 17 a 20 de julho em nossa arquidiocese, está a “pleno vapor”. Acolheremos 60 jovens de outras partes do mundo em nossa paróquia e deveremos organizar atividades religiosas, culturais e sociais com eles, o que supõe gastos e uma infraestrutura não muito pequena. Pedimos a colaboração de todos, e a seu tempo a solicitaremos nas missas ou no contato pessoal. Um lindo mês de Junho a todos! Boas festas!

Pe. Walterson José Vargas, ss.cc.

santoemidio.webnode.com.br

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