Santo Emídio: Fé e Vocação!

30/07/2013 07:55

 

 

Depois do intenso mês de Julho, marcado pela JMJ Rio 2013, en­tramos no mês de agosto mais motivados a nos tornar verdadeiros missionários no seguimento de Jesus, situados numa Igreja bem concreta, no desejo de prestar um serviço evan­gélico aos nossos contemporâneos.

Este momento pode nos inspirar a refletir melhor sobre nossa vocação pessoal no seio da Igreja (aproveitando que Agosto é o mês das vocações) e a nos espelharmos em quem viveu de maneira exemplar a sua missão, os santos. Oportunamente Agosto é tambem o mês em que celebramos Santo Emídio, e portanto deixo-lhes uma palavrinha sobre o nosso padroeiro e sua vocação.

Emídio nasceu em Treveri, no vale do Rio Mosele em 273 d.C, na época território romano, hoje alemão. De origem pagã, dedicou-se ao estudo das artes liberais, antes de entrar na milícia romana. Converteu-se ao cristianismo aos 23 anos pela pregação dos santos Nazário e Celso. Depois de fazer o catecumenato e ser batizado, dedicou-se ao estudo da Sagrada Escritura. Tendo entrado em conflito com sua família em virtude de sua conversão ao cristianismo, mudou­-se para a Itália com três amigos, Euplo, Germano e Valentino (que escreveu a primeira biografia do santo).

Em Milão foi ordenado sacerdote pelo bispo Materno e esteve por três anos no oratório de São Nazário. Neste período exerceu intensa atividade de pregação da Palavra, provocando a conversão de muitos pagãos. Por causa da perseguição do imperador Dioclesiano, teve de fugir para Roma, onde ficou tão famoso por seus milagres.

O papa Marcelino ordenou então ao bispo de Áscoli que confiasse a Emídio a missão da difundir o cristianismo nesta região, quase toda pagã.

Emídio realizou então muitos mila­gres, provocando a conversão de tantos pagãos, que o prefeito de Áscoli, Polímio, um ferrenho perseguidor de cristãos, crendo ser Emídio uma reencarnação do deus pagão Esculapio, propõe a ele oferecer sacrifícios a este deus, ao mesmo tempo que lhe oferecia a mão de sua filha Polísia em casamento. Emídio não só recusou a proposta, como provocou a conversão da filha do prefeito, que se fez batizar. Por isso Polímio, mandou prender Emídio e o condenou à pena capital por decapitação em 303 d.C.

Santo Emídio é considerado protetor contra os terremotos, porque o maior milagre a ele atribuído se refere a um terremoto. Há três versões para este milagre: uma diz que na cidade de Tre­veri sua família quis introduzí-lo num templo pagão para que renegasse a sua fé cristã, mas antes que isso acontecesse um terremoto destruiu o templo; a outra versão diz que na cidade de Áscoli o prefeito Polímio quis obrigar Emídio a oferecer sacrifícios aos deuses pagãos, e da mesma forma um terremoto teria destuído o templo; uma terceira versão diz que ao chegar na cidade de Áscoli, tendo Emídio tocado a muralha de en­trada da cidade, provocou a destruição de todos os templos pagãos por meio de um terremoto.

Desta forma, quando em 1703 um terremoto atingiu a região de Áscoli, sem provocar nenhuma destruição, o povo atribuiu tal fato à intercessão de Santo Emídio e construiu em 1717 uma Igreja dedicada ao santo no local onde estaria a gruta em que ele teria sido enterrado.

A devoção ao santo se difundiu e chegou ao Brasil pela família Falchi (dos irmãos Emídio, Bernardino e Panfílio), que vindos da região italiana onde o santo tem fervorosa devoção, construíram na Vila Prudente uma capela em sua honra.

Como se pode ver, há elementos es­senciais da vida cristã que se destacam na vida de Santo Emídio. De maneira particular a força de sua conversão, que o fez professar corajosamente a sua fé em meio a tantas perseguições e tribulações. Convicção que o levou inclusive a derramar o próprio sangue pelo nome de Cristo, o que o tornou mártir. Não menos importante é o seu amor pela Palavra de Deus, certamente meditada por ele assiduamente e que pode ser confirmado pela força de sua pregação que converteu tantos pagãos. E a forma corajosa com que abraçou sua vocação, mesmo esta tendo afastado-o de sua família.

Mais que a literalidade de sua pro­teção contra os terremotos, parece-me mais inspiradora a sua proteção contra as turbulências cotidianas de nossa vida, às quais só é possível vencer com uma vida centrada na Palavra e uma convicção de fé fundada numa experiência pessoal do amor de Deus expressado em Jesus.

Pe. Walterson José Vargas, ss.cc.

santoemidio.webnode.com.br

—————

Voltar