Vida Nova, Vida em Plenitude

31/10/2013 12:05

                                                                      

 

 No mês de novembro celebramos, na liturgia da Igreja, festas que nos indicam o fim do caminho, a meta alcançada, mas essa meta só pode ser entendida à luz do caminho percorrido e do novo horizonte que ela abre. Trata-se de uma meta dinâmica, não um ponto estático e isolado.

O mês se inicia com duas celebrações de significado bem parecido: Todos os Santos e Fiéis Defuntos.

Na primeira, celebramos a grande multidão de pessoas que viveram as bem-aventuranças evangélicas (este é o Evangelho do dia), que seguiram fielmente a Jesus Cristo e morreram no anonimato de suas vidas simples e escondidas. Todos nós chegamos a pas­sar por pessoas assim em nossas vidas: pessoas simples, abnegadas, serviçais, com grande sentido de Deus e capazes de grandes sacrifícios por amor. Geral­mente eram pessoas anônimas, que os holofotes deste mundo não conheceram. Com suas vidas, elas deram testemunho da forma como Deus nos chama a viver neste mundo, e da meta que nos reserva: a bem-aventurança eterna.

Na segunda celebração, a dos fiéis defuntos, alargamos nossa oração para além da fronteira dos que viveram nas bem-aventuranças evangélicas e inter­cedemos por todos os que já morreram, independente da forma como tenham vivido. Damos graças pelas vidas que se conformaram ao Evangelho de Jesus, intercedemos por aquelas que talvez tenham sido vividas na obscuridade da proximidade com o pecado, e su­plicamos por aquelas que se foram no abandono e no esquecimento de todo conforto humano.

Vamos aos cemitérios fazer memória das pessoas que amamos e que aparente­mente perdemos, na certeza e esperança de que lá encontramos apenas os restos de seus corpos, já que cremos que suas vidas estão salvas em Deus. Vamos ao cemitério para renovar o sentido de nossa vida, reavivar a lembrança de que para lá vamos, com o corpo material para a escuridão do túmulo, e com a alma e um novo corpo espiritual para a eterna luz de Deus. Vamos ao cemitério para celebrar a memória do nosso coração e reavivar o peso real de nossa vida.

O mês termina com a festa que conclui o ano litúrgico: Cristo Rei.

Proclamamos que Cristo é o senhor do tempo, aquele que põe fim ao tempo abrindo as portas da eternidade em sua ressurreição. Ao ser levantado do túmulo, ele põe fim a todas as trevas que nos amarram nas estreitezas do tempo e do espaço.

Todo o tempo litúrgico percorrido chega agora ao seu auge e ao seu pleno sentido. Proclamamos Cristo Rei de todo o universo, que subjuga toda força e poder, pela força humilde do amor.

Vemo-lo subir ao trono da cruz, ves­tido com os mesmos trapos que outrora o cobriam na manjedoura de Belém, coroado com os espinhos de todas as maldades que ele carrega sobre o seu próprio corpo, chagado nas mãos, nos pés e no coração, de onde brotam gotas do sangue de quem viveu estendendo a mão para acolher e curar sempre, cujos pés percorreram os caminhos da Palestina anunciando a paz, o amor e a salvação, e cujo coração foi sempre aberto para acolher, sensível para sentir compaixão de quem sofre, misericordioso para acolher quem se desvia. Proclamamo­-lo Rei de uma forma diferente como o mundo o entende, proclamamo-lo Rei pelo serviço, pela doação abnegada e pelo sacrifício de si até o extremo.

Assim termina o Ano Litúrgico: abrin­do-se para um novo começo. Juntamos os panos que enterraram Jesus e que o viram ressuscitar, e os levamos a Belém, para envolver o pobre menino que nasce de braços abertos acolhendo a humanidade inteira. Os mesmos braços que abertos e pregados na cruz selavam uma vida toda doada, entregada, gota a gota.

De fato, tínhamos ali o melhor vinho, aquele que foi guardado para o fim da festa, festa que se abre para uma celebração que dura toda a eternidade.

Que o Tempo do Advento e a Novena de Natal que nele celebramos, nos ajudem a abrir-nos para um novo começo, para uma nova vida. Convido a todos a fazer em seu quarteirão ou em seu prédio a Novena de Natal em família. Forme um grupo com os seus vizinhos, compre os livros na secretaria paroquial e mãos à obra! Sejamos missionários, anunciadores alegres das maravilhas realizadas pelo Senhor em nossas vidas.

Pe. Walterson José Vargas, ss.cc.

santoemidio.webnode.com.br

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